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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A VIDA SEM UM ÓRGAO

As pessoas estão acostumadas com filas de espera, seja no banco, no supermercado, ou para pegar ônibus. Mas você já imaginou que muita gente precisa aguardar anos numa fila para resolver um problema de saúde? É o caso de Dioni Andréia Simsen, de 34 anos, residente no Bairro Ildo Meneghetti, em Três Passos, que passou pelo drama e teve um fim solidário.
Dioni nasceu com insuficiência renal crônica. Mas a doença só foi diagnosticada quando tinha 15 anos. Até então, pensava-se que o cansaço constante e a imunidade baixa eram conseqüências de uma anemia.
As imagens de um ultrassom realizado em Santa Maria confirmaram que os rins de Dioni não funcionavam bem e a solução seria o transplante. Antes, porém, ela deveria se submeter a sessões regulares de diálise peritoneal. O procedimento era realizado por ela mesmo quatro vezes ao dia num período de aproximadamente três anos.
Na época da diálise, Dioni estudava na Escola Municipal Guia Lopes, no distrito de Floresta, e seu desempenho escolar era satisfatório. Entretanto, afastou-se da vida social porque se sentia desmotivada a sair de casa para participar de eventos na comunidade. “Passei a minha adolescência deprimida, isolada, escondida. Viajar, então, nem pensar. Mas nunca perdi as esperanças de ter uma vida normal”, revela.
A primeira tentativa de transplante não deu certo: o órgão não era compatível. Foi em fevereiro de 1994. A próxima doadora seria sua mãe, mas exames detectaram a impossibilidade do transplante. Diante da situação, o pai se candidatou como terceiro doador. Enquanto ele se preparava para os exames, depois de aguardar 11 meses na fila do transplante, veio a boa notícia: havia, enfim, um rim disponível. Era de uma pessoa que havia perdido a vida em um acidente de trânsito em Dona Francisca. Dioni estava na escola quando recebeu a comunicação. O deslocamento até o hospital de Santa Maria teria que ser imediato, não dava para perder um segundo sequer. “E lá fui eu, feliz, em busca de uma nova vida. Sem medo, mas me questionando se teria, finalmente, um rim compatível”, lembra.
Desta vez tudo deu certo. Os exames confirmaram a compatibilidade entre o doador e o receptor. A cirurgia, realizada no dia 8 de junho de 1994, foi bem sucedida e durou cerca de 5 horas. Dioni permaneceu no hospital 22 dias em observação, onde diariamente eram feitos exames clínicos e laboratoriais para diagnosticar e prevenir as rejeições.

Um comentário:

KALENNY RENNER disse...

SEMPRE HÁ ESPERANÇA!!!!!